O vereador de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Sandro Fantinel, foi multado em R$ 250 mil pelo Ministério Público Federal (MPF), nesta quinta-feira (2). O edil fez declarações xenófobas contra baianos.
No processo, o órgão pede à 3ª Vara Federal de Caxias do Sul que o valor seja destinado a projetos e campanhas contra o trabalho escravo e a xenofobia ou a iniciativas em Caxias do Sul que promovam a cultura baiana.
Ao discursar na tribuna da Câmara de Caxias do Sul, ele disse que empresas e produtores rurais deveriam contratar funcionários “limpos” para a colheita da uva, e não deveriam buscar “aquela gente lá de cima”, se referindo aos nordestinos.
O político referia-se a trabalhadores resgatados no último dia 22 em situação de escravidão na serra gaúcha. O discurso dele foi classificado pelo MPF como odioso, preconceituoso e de caráter xenofóbico e discriminatório. O procurador da República Fabiano de Moraes destaca que o vereador colocou as vítimas como culpadas da situação em que se encontravam.
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Pedido de desculpas
Em um vídeo publicado hoje no perfil do vereador Sandro Fantinel no Instagram ele chora e pede desculpas. “Registro que tenho muito apreço ao povo baiano, e a todos do norte/nordeste do país. Em um momento de lapso mental, proferi palavras, que não representam o que eu penso e sinto pelo povo da Bahia e do norte/nordeste”, declarou, na gravação.
Políticos baianos reagem
Autoridades da política baiana reagiram à fala do vereador gaúcho. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) acusou, nesta quinta-feira (1º), Sandro Fantinel de defender trabalho escravo e a xenofobia contra os baianos. O gestor ainda classificou o comportamento do edil como “desumano, vergonhoso e inadmissível”.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União) também se posicionou sobre o assunto. No Twitter, ele disse que o posicionamento preconceituoso do edil “retratam a xenofobia e o racismo em sua pura essência”. Bruno também defendeu que o caso seja devidamente apurado. “Que as medidas cabíveis sejam tomadas para ninguém tratar apologia ao trabalho escravo como algo normal. Precisamos dar um basta nisso!”, salientou.