Nos últimos tempos, a tadalafila, um medicamento amplamente conhecido pelo seu uso no tratamento de disfunção erétil, ganhou destaque nas redes sociais em tom de piada. De “tadala” pra cá, “tadala” pra lá, a popularização do medicamento levantou outros debates sobre o seu uso recreativo, inclusive para ocasiões nada relacionadas ao desempenho sexual.

No começo deste ano, durante a sua participação no Big Brother Brasil, o cantor MC Bin chegou a contar que usa a tadalafila para seus treinos de musculação na academia. A partir disso, outros relatos surgiram na internet sobre o tema, o que parece ter virado uma “moda” entre os marombeiros.

Para entender como isso funciona e se de fato há efeito comprovado, o Portal MASSA!, conversou com o médico urologista João Estrela (CRM 27225), que alertou para os riscos e a falta de evidências científicas que apoiem essa prática. Lembrando que essa sexta, 18 de outubro, é celebrado o Dia do Médico.

A tadalafila age promovendo o relaxamento dos vasos sanguíneos, facilitando a circulação do sangue, especialmente em áreas como o pênis. Segundo João Estrela, “ela é usada principalmente para tratar problemas de ereção, ajudando o sangue a fluir melhor no pênis, o que facilita a ereção.”

Ainda assim, o médico enfatiza que não há provas científicas que demonstrem que a tadalafila realmente melhora o desempenho na musculação.

A sensação de melhora pode ser mais psicológica; ou seja, as pessoas acham que estão se saindo melhor, mas, na realidade, o remédio não faz diferença no treino.

A busca por desempenho físico através da tadalafila sem prescrição médica pode ser perigosa. De acordo com João Estrela, os principais riscos incluem problemas no coração, dependência psicológica, efeitos colaterais e problemas com interação medicamentosa.

“O uso exagerado de tadalafila ou a combinação com exercícios intensos pode prejudicar o coração”, afirma. O medi

camento dilata os vasos sanguíneos, e essa ação, combinada com treinos pesados, pode resultar em desmaios, arritmias ou até ataques cardíacos. “O uso frequente pode levar a ansiedade e insegurança sobre a própria capacidade de funcionar sexualmente sem a medicação”, conclui o médico.

Essa onda é mito. Se ligue!


Com a popularização do uso da tadalafila em contextos não recomendados, o médico é enfático: “a ideia de que a Tadalafila melhora o desempenho físico ou ajuda a ganhar mais força ou músculos não tem base científica”.

Ele destaca que o medicamento deve ser usado apenas para as finalidades para as quais foi aprovado, como o tratamento de disfunção erétil e hipertensão pulmonar. “O uso fora dessas situações traz mais riscos do que benefícios”, conclui Estrela.