Supermercados com filas imensas em uma quarta-feira à tarde, no meio do mês de março, mostram o caos que a pandemia do novo coronavírus já traz a algumas cidades. O desespero das pessoas aumentou ainda mais após o decreto anunciado por prefeitos, que suspende o alvará de funcionamento de todos os bares, restaurantes, casas de shows e shoppings a partir desta sexta-feira (20).
O cenário vem sendo observado desde o início da semana, quando as recomendações de distância social e isolamento ganharam força em Minas Gerais, e já se intensificaram com a medida anunciada por Kalil. Isso porque, com o fechamento de diversos espaços públicos, os cidadãos temem que os supermercados sejam os próximos.
Na noite dessa quarta (18), o clima já foi de apreensão nos estabelecimentos: filas enormes, prateleiras vazias e limite de produto por consumidor. Alguns itens considerados de primeira necessidade, como papel higiênico, óleo e carne já começam a sumir das estantes. Eles são comprados em grandes quantidades por pessoas que desejam criar estoques em casa.
Desespero’
Júlia Almeida Nascimento é estudante de gastronomia e contou ao BHAZ que não imaginava que a situação se agravaria tão rapidamente. “As prateleiras vazias eu já esperava, porque via o povo falando, só que cada prateleira vazia que eu olhava já me batia um desespero”, conta.
da escassez de alguns produtos, uma medida adotada por boa parte dos estabelecimentos já assustou Júlia logo na porta do supermercado: “Assim que eu vi o aviso na porta da limitação de itens por pessoa, eu já fiquei meio assustada, porque não imaginava que já estava nesse patamar”.
Sobre o medo de que os supermercados possam vir a fechar, ela conta que o primeiro instinto é o mesmo que tem a maioria das pessoas, mas que tenta controlar o pânico por solidariedade: “A gente vai ficando ansioso e não sabe o que vai vir por aí, tanto que quando falaram que as coisas iam fechar, a minha vontade era voltar lá e comprar tudo. Só que eu tenho consciência, então não vou fazer isso”.
Fonte: Bhaz