Setembro foi um mês marcado pela violência em Salvador e na Região Metropolitana, com quatro chacinas registradas que resultaram na morte de 15 pessoas, conforme o último relatório do Instituto Fogo Cruzado. O período contabilizou um total de 144 tiroteios, deixando 149 baleados, sendo 118 mortos e 31 feridos.

Este foi o maior número de chacinas registrado no ano, igualando-se ao total de ocorrências de outubro de 2023. Entre os incidentes, duas chacinas envolveram ações policiais e duas ocorreram sem a participação das forças de segurança. As cidades mais afetadas foram Camaçari, com duas chacinas, além de Salvador e Itaparica, que tiveram uma chacina cada.

Um dos casos mais chocantes ocorreu na madrugada do dia 1º de setembro, em Barra de Pojuca, onde três pessoas foram atingidas por disparos, incluindo uma mulher que estava fazendo um gesto de uma facção durante um evento político. Em outro incidente, no dia 13 de setembro, um confronto entre a polícia e suspeitos em Itaparica resultou na morte de três homens e uma mulher.

Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, comentou sobre a crescente onda de violência: “Investir em inteligência é um bom caminho. Soteropolitanos e moradores da região metropolitana estão condicionados à violência armada e isso não é razoável. Uma política eficiente preserva vidas e isso só se faz a partir de evidências.”

Mapa da Violência

Os dados do relatório revelam um panorama alarmante:

•Salvador: 106 tiroteios, 76 mortos e 26 feridos.

•Camaçari: 18 tiroteios, 19 mortos e 1 ferido.

•Lauro de Freitas: 6 tiroteios, 7 mortos e 1 ferido.

•Candeias: 4 tiroteios, 1 morto e 1 ferido.

•Mata de São João: 4 tiroteios, 5 mortos e 1 ferido.

•Dias D’Ávila: 3 tiroteios e 3 mortos.

•Itaparica: 2 tiroteios e 6 mortos.

•Vera Cruz: 1 tiroteio, 1 morto e 1 ferido.

Entre os bairros mais afetados, Pernambués, Cidade Nova e Itapuã, todos em Salvador, destacam-se pelos altos números de tiroteios e mortes.

Análise dos Dados

Embora setembro tenha registrado uma redução de 29% no número de tiroteios em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o número total de pessoas baleadas caiu 20%, mostrando uma leve melhoria nas estatísticas de violência armada. No entanto, a predominância de vítimas do sexo masculino continua alarmante, com 111 dos 118 mortos sendo homens, além da presença de mulheres entre as vítimas.