A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) emitiu um alerta sobre o registro de uma bactéria, resistente ao uso de antibióticos, identificada entre janeiro e março deste ano, em três hospitais de Salvador. A pasta não divulgou os nomes das unidades de saúde, nem se fazem parte da rede pública ou privada da capital baiana.
O risco de infecção é apenas para pacientes internados ou equipes que trabalham nas unidades de saúde. Em geral, a população não é afetada.
Em condições normais, a Enterococus faecium é encontrada no intestino humano e o tratamento é feito com antibióticos. O problema é quando surge a resistência aos medicamentos.
Superbactérias transmitidas por porcos a seres humanos são resistentes a antibióticos, aponta estudo
Onze casos de superfungo resistente a medicamentos são registrados no Hospital da Bahia.
Além do alerta, o Núcleo Estadual de Controle de Infecção da secretaria enviou uma nota técnica com uma série de medidas para evitar a contaminação. Recomendou medidas de controle como higiene das mãos, limpeza e desinfecção do ambiente com produtos à base de hipoclorito e álcool à 70%, além de manter pacientes infectados em quartos separados e uma equipe exclusiva para atender esses pacientes.
Ainda segundo a nota, todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados ao Núcleo Estadual de Controle de Infecção. O documento diz também que a pandemia de Covid-19 pode ter criado ambiente para o uso indiscriminado de antibióticos que favorecem o aparecimento de organismos super-resistentes.
Alerta Fiocruz
Em novembro de 2021, o Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)emitiu um alerta para aumento de bactérias resistentes a antibióticos. A Fiocruz registrou mais que o triplo de amostras de bactérias resistentes a antibióticos em comparação ao que foi analisado em 2019, último ano antes da pandemia da covid-19. O levantamento foi divulgado pelo instituto, cujos pesquisadores alertam para o risco de maior disseminação da resistência a antibióticos pelo aumento do uso desses medicamentos durante a emergência sanitária.
As amostras de “superbactérias” são enviadas ao laboratório do IOC por outros laboratórios de saúde pública de diversos estados de forma espontânea, já que lá funciona a retaguarda da Sub-rede Analítica de Resistência Microbiana em Serviços de Saúde (Sub-rede RM), instituída pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde (MS). Como unidade de retaguarda, o laboratório atua na análise aprofundada das bactérias resistentes a antibióticos, que são detectadas em casos de infecção hospitalar.
Bnews