Um professor é suspeito de cometer injúria racial contra uma adolescente de 15 anos, na Escola Estadual Professora Alzira Martins Lichti, em Santos (SP). A vítima afirma que o docente a chamou de “feia” e que fez comentários preconceituosos, falando que “o cabelo dela não mexe”, que “ela é preta” e que “a pele dela é feia porque ela é negra”.
A estudante, que prefere não se identificar, chegou a divulgar um vídeo para expor as ofensas. A Polícia Civil informou que não houve registro de ocorrência, mas tem conhecimento do caso e a vítima será convidada a depor. Ao G1, a garota explica o motivo de ter divulgado o vídeo. “Eu só decidi expor a situação porque acho que ele está errado de fazer isso comigo. Fiquei mal demais”.
Professor é suspeito de racismo contra estudante de 15 anos. A vítima afirma que o docente a chamou de "feia" e fez comentários preconceituosos, falando que "o cabelo dela não mexe", que "ela é preta" e que "a pele dela é feia porque ela é negra". pic.twitter.com/98jb4smrVx
— BHAZ (@portal_bhaz) November 12, 2019
A mãe da vítima, a cozinheira Cristina Maria Dias, de 41 anos, também falou ao G1 e disse que a adolescente até gostava do professor. “Mas ele começou a falar dela em outras salas. Ele é racista, não tem outra resposta. Porque a minha filha nunca desrespeitou ele. Ela nunca ofendeu ele. E ele passou do limite com ela”.
Os comentários do professor seriam algo recorrente na rotina da estudante. “Mas ninguém nunca tinha conseguido provar. Isso não pode acontecer. Primeiro porque ele é educador. Segundo: é isso que ele está ensinando na escola? Os outros alunos a serem preconceituosos?”.
As imagens foram feitas por uma amiga da adolescente e divulgada nas redes sociais. A menina ainda teria tentado defender a adolescente, mas sem sucesso. “Quando eu cheguei em casa minha filha estava chorando, porque ficou chateada. O que ele disse é muito sério, é racismo e ele vai pagar por isso”, completa a mãe.
Por meio de nota, a Diretoria Regional de Ensino de Santos afirma repudiar “todo e qualquer ato de discriminação, dentro e fora do ambiente escolar”. O órgão ainda disse que, assim que tomou conhecimento da denúncia, abriu uma investigação e o caso será averiguado. Se as acusações forem confirmadas, a diretoria relata que as “medidas cabíveis serão tomadas”.