Estudo realizado pelo Ministério da Saúde mostra que índice é maior em pessoas entre 16 e 25 anos.
O Papillomavirus humano, ou HPV, atinge mais da metade dos jovens brasileiros com idades entre 16 e 25 anos, mas em Salvador a infecção acontece em mais de 70% dos jovens nesta faixa etária. Isso é o que aponta o estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Quem explica os motivos da alta incidência de HPV em Salvador é a chefe do setor de DST/Aids da capital baiana, Daniela Cardoso. Segundo Cardoso, o HPV ainda não é uma doença de notificação obrigatória, ou seja, os profissionais de saúde não são obrigados a notificar sua ocorrência nos sistemas de informação e isso “dificulta os dados”.
“Os dados que nós temos são estimativas do Ministério da Saúde e são dados de pesquisas específicas que foram realizadas nas capitais dos estados do Brasil. Então, a gente tem uma pesquisa, já pelas estimativas do Ministério da Saúde, que Salvador é uma cidade que tem um índice alto de contaminação. Principalmente entre jovens na faixa etária de 16 a 25 anos, e a gente tem uma pesquisa recente em que 71,9% dessa população jovem estaria contaminada com o vírus do HPV”, explica Cardoso.
Quanto aos motivos dos altos níveis, Cardoso aponta a resistência dos jovens à adoção de medidas de proteção, embora tenham muito acesso às informações disponíveis. A chefe do setor de DST/Aids da capital baiana explica que os profissionais da área, em Salvador, vêm buscando uma linguagem que os aproximem dos jovens como forma de fazê-los compreender a necessidade de proteção contra o HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
Cardoso acredita que, com os tratamentos e medicações resolutivos à disposição, os jovens estão se sentindo protegidos, na certeza de que, se ficarem doentes, basta ir ao sistema de saúde e se tratar. A profissional acredita que há avanços, com mais distribuição de preservativos, mais realização de exames preventivos e maior nível de vacinação nas unidades de saúde.
Informe Pirajá