Uma investigação da Corregedoria da Polícia Militar apontou que agentes da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), cobravam uma espécie de mensalidade no valor de R$ 600 mil para vazar informações sigilosas e blindar as principais lideranças.

Segundo informações do Metrópoles, alguns dos protegidos eram Silvio Luiz Ferreira, conhecido como ‘Cebola’, Claudemir Antonio Bernardino, vulgo ‘Guinho’, e Rafa Maeda Pires, o ‘Japa’.

O esquema, de acordo com a Corregedoria, envolvia diretamente pelo menos seis policiais. O grupo era liderado por um PM identificado como ‘Leão’.

Além de cobrar o valor, os agentes exigiam valores maiores em situações específicas, como em setembro de 2020, quando cobraram R$ 5 milhões para permitir a fuga de Marco Roberto de Almeida, o Tuta, líder máximo do PCC fora do sistema carcerário.

Com o dinheiro arrecadado da facção, o policial Leão abriu dois estabelecimentos em homenagem à Rota em São Paulo, ambos com o nome de Rota’s Bar: uma adega no Jardim Helena e um restaurante em Itaquera.

Conforme as investigações, a suspeita é de que a parceira entre os policiais e os membros do PCC aconteça desde, pelo menos, 2017.

Criada na década de 1970 para combater ações da esquerda armada durante a ditadura militar, a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) é considerada a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo.