Líderes do PSD têm demonstrado a interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o desejo de trocar o Ministério da Pesca na reforma ministerial que deve acontecer em 2025. A informação é da coluna de Paulo Cappelli, no site Metrópoles.
De acordo com a publicação, o pedido é feito pela ala governista do partido e que está insatisfeita com o governo por não se sentir contemplados com a pasta e ameaçam abandonar a aliança que tem com o Palácio do Planalto.
Atualmente, o ministério da Pesca é comandado por André de Paula, ex-deputado por seis mandatos consecutivos e considerado o único representante do PSD na Câmara na Esplanada. O partido ainda tem Alexandre Silveira, na pasta de Minas e Energia, e Carlos Fávaro, na Agricultura e Pecuária. No entanto, eles são indicações da bancada da legenda no Senado.
Líderes do PSD têm dito que não se sentem contemplados pelo fato de o Ministério da Pesca não ter um orçamento robusto nem trabalha diretamente com projetos que possam ser convertidos em votos. Com isso, a ala governista da sigla já avisou que, se André de Paula não for para uma pasta de mais destaque, pode abandonar o ministério como sinal de que a bancada na Câmara não teria mais compromisso com Lula.
A insatisfação dos deputados do PSD acontece em meio a uma “disputa interna” no centrão. Outros partidos do grupo, como PP, MDB e União Brasil, entregam a mesma quantidade de votos ou menos na Câmara que o PSD, mas ocupam pastas que proporcionam mais retorno eleitoral.
O MDB ocupa os ministérios dos Transportes e das Cidades. O primeiro é responsável pela construção e recuperação de estradas, já o segundo tem o Minha Casa, Minha Vida. O União Brasil conta com a Integração, Comunicações e Turismo, além da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
O PP controla o Ministério do Esporte, que conta com orçamento de R$ 863,8 milhões, além de despertar o interesse de parlamentares pelos investimentos nos Centros de Iniciação ao Esporte (CIE). As estruturas são equipamentos públicos voltados às pessoas em vulnerabilidade social nas grandes cidades.
Com isso, o PSD teme que outros partidos do centrão ampliem as suas bancadas na próxima eleição apara a Câmara. Atualmente, a sigla conta com 44 deputados, tendo o mesmo tamanho que o MDB e o Republicanos, perdendo apenas para o União Brasil (59) e PP (50).