A paulista Ana Luiza Ferraz, 32, procurou a Polícia Civil do estado para registrar uma denúncia incomum: ela, que é de pele branca, prestou queixa contra uma de suas domésticas, alegando ter sido vítima de discriminação racial.
De acordo com a Folha de SP, que divulgou o caso, a situação teria ocorrido em abril deste ano, quando Ana Luiz se desentendeu com a funcionária. A doméstica, por engano, enviou uma mensagem de áudio ao marido da patroa, no qual a chamava de “encardida do sul” e “cachorra do sul” — estado de origem dela.
A advogada que defende Ana Luiza, Roselle Soglio, alegou que inicialmente, os agentes da Delegacia Especializada em Crimes Raciais (Decradi), não queriam registrar o boletim. “Tive de mostrar o documento e foto dela para acreditarem”, disse, em entrevista à Folha.
A polícia registrou o boletim de ocorrência, e instaurou um inquérito para apurar se, de fato, houve crime de injúria racial. Ana Luiza já prestou depoimento; a funcionária, no entanto, ainda não foi ouvida.