‘Estou passando mal, vou infartar’, disse motorista antes de perder controle de ônibus. Ele foi socorrido pra hospital
O rodoviário Jeferson Abdala, 40 anos, havia acabado de sair da garagem, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, rumo ao final de linha do Sieiro. Antes do ponto de chegada, contudo, o motorista passou mal, perdeu o controle do coletivo e bateu de frente com o muro de uma loja de veículos, na Avenida Heitor Dias, região da Sete Portas. O acidente aconteceu por volta das 6h, quando ainda não havia passageiros no ônibus, que sequer havia iniciado o itinerário oficial da linha 0410 – Sieiro x Aeroporto.
Diretor de Base do consórcio Integra, André Marcos disse à reportagem que a vítima sofreu uma parada cardíaca. “Ele só disse à cobradora: ‘Estou passando mal, vou infartar’, e aí já foi. E aí, por sorte, outros rodoviários passaram e ajudaram a socorrer ele”.
Jeferson foi levado até o Hospital Ernesto Simões, onde continua internado em estado considerado estável, ainda de acordo com Marcos. O representante do Consórcio explicou que não havia a informação de que o motorista sofria de problemas cardíacos.
“Nunca soubemos, talvez nem ele soubesse”, disse, ao reclamar que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi solicitado e, até às 8h, não havia chegado ao local.
Ele contou que a altura onde ocorreu o acidente não é o itinerário normal do ônibus e, por isso, o acidente podia ter sido pior. “Se tivesse mais gente mas, por sorte, eles ainda estavam indo para o Sieiro, senão nem sei”.
Sem controle, Jeferson atirou o ônibus para a direta, acertou uma loja de compra e vendas veículos, além de fechar parcialmente um beco que dá acesso a uma área do bairro da Cidade Nova.
Dono do estabelecimento atingido, o empresário Diego Silva, 27, viu que havia ‘algo errado’ por meio das câmeras de segurança, ainda em casa. Ao menos um carro ficou danificado.
“Um susto. Antes de sair, sempre checo se está tudo bem por lá. Vi que não estava mas não dava pra entender bem. Mas aí recebi uma ligação: ‘Um ônibus invadiu sua loja’”.
O empresário diz que ainda não calculou o prejuízo, já que aguarda o coletivo ser retirado do local. Para isso, será necessário fazer o assentamento do telhado porque há o risco, comenta, da cobertura cair sobre os carros.
“Pelo que vi, um estragou mais, mas só quando tirarmos o ônibus pra ter uma dimensão melhor”, comenta, ao sinalizar que a água jorrando embaixo do ônibus é consequência do hidrômetro que rompeu com a batida.
Diego comentou que um representante da Integra entrou em contato e demonstrou intenção de resolver os danos. Por ora, aguarda no local por pedreiros que devem improvisar a cobertura.
Jornal Correio