Um foto inusitada tem viralizado nesta segunda-feira (30) nas redes sociais e mostra um homem fantasiado de “morte” no viaduto do Coroado, aconselhando homens solteiros e casados de Manaus. Peculiarmente, o conselho da morte constrasta com as estatísticas que mostram os índices da mortalidade masculina no Amazonas e no Brasil.
O Amazonas foi o estado da região Norte com a maior taxa de homicídio doloso em 2021, considerando números de janeiro a setembro, com 24,52 vítimas a cada 100 mil habitantes. O dado consta na plataforma online do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Foram 1.047 homicídios no Amazonas ano passado no período citado. Considerando todos os estados da região, foram 3.766 vítimas. O levantamento do Sinesp mostra que a maior parte das mortes foi de homens, 963 contra 83 mulheres, e 1 pessoa de sexo não identificado.
Em segundo e terceiro lugares aparecem, respectivamente, o Amapá [23,59 vítimas de homicídio a cada 100 mil habitantes] e Roraima [23,13 vítimas/100 mil habitantes]. Os demais apresentaram taxas abaixo de 20: Pará (18,87), Tocantins (16,49), Rondônia (16,31) e Acre (15,88).
Apesar de estar em quarto lugar no ranking, o Pará foi o estado com mais homicídios da região: 1.656. A taxa é obtida com base no tamanho da população. O Sinesp usa a estimativa populacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2018. Segundo esse indicador, o Pará tinha 8,51 milhões de habitantes e o Amazonas, 4,08 milhões.
Mortalidade masculina no Brasil
No início dos anos 2000, o IBGE mostrava que as mulheres brasileiras viviam 8 anos a mais do que os homens, em média. Enquanto a expectativa de vida masculina era de 65 anos, as mulheres batiam os 73 anos. Dados de 2016 mostram que os homens ainda vivem, em média 7,1 anos menos do que as mulheres.
Nesse ano, a expectativa de vida da população masculina chegou a 72,2 anos enquanto a feminina atingiu 79,3. No nosso país, a mortalidade masculina é maior em praticamente todas as faixas etárias.
Os homens lideram o número de óbitos no Brasil desde o nascimento até os 79 anos de idade. Enquanto o registro de mortes de meninos recém-nascidos e com até 11 meses chega a 1.243, os de meninas totaliza 1.064.
O volume só muda quando se compara as mortes de ambos os sexos na última faixa computada pelo IBGE, 80 anos ou mais: homens totalizam 43.546 e mulheres 60.574, ou seja, a expectativa de vida delas é bem maior do que a deles.