Entre os moradores mais antigos do Maciel, o comerciante era um grande incentivador do samba e memória viva do Centro Histórico.

Morreu na manhã de hoje (19) um dos baluartes do Centro Histórico de Salvador, Nego Fua, o Galo do Maciel. Dono do Bar Galícia, localizado à Rua João de Deus, número 13, na famosa “esquina do pecado”, Fua foi um grande incentivador do samba e era memória viva do Pelourinho, protagonista e sabedor de muitas histórias da região.

Luiz Dórea, seu nome de batismo, ganhou o apelido de Galo provavelmente pelo jeito destemido, brigão mesmo, que o legou diversas cicatrizes de facas e tiros. Ainda assim, era também uma doce figura que angariou simpatia e respeito de moradores, turistas e outros frequentadores do Centro Histórico.

A notícia foi divulgada no Facebook pelo músico Anderson Souza, filho do Mestre Neguinho do Samba. “Quando meu pai chegou ali no Pelourinho, Fua o abraçou, recepcionou, então, é como se fosse de minha família mesmo”, disse em conversa com o Metro1.

Entre as lembranças do comerciante, outro maestro, Fred Dantas, comentou: “Meus sentimentos. Uma vez a minha Orquestra foi solicitada pra fazer uma noite inteira na Pedro Archanjo em homenagem a ele, organizada por Raimundo Vidal. Fúa apareceu todo elegante de terno branco, sapato de duas cores e chapéu. Tocamos vários sambas da Bahia em homenagem a ele”.

A esposa de Nego Fua, dona Morena, se orgulhava de ser uma pioneira dos espetinhos de churrasco em Salvador. Com ponto na esquina do bar, aproveita pra fiscalizar o movimento (quando tinha) e manter a ordem no local.

A causa da morte e informações sobre o sepultamento ainda não foram divulgadas pela família.

Metrô 1