Ex-moradora do bairro de Saramandaia, Bárbara Oliveira tem enfrentado dias difíceis desde que precisou deixar sua casa após as fortes chuvas que atingiram a capital baiana em abril deste ano. Na ocasião, ela precisou deixar o imóvel em que morava, devido aos riscos de deslizamento que haviam no local, e precisou passar a morar de aluguel em outro imóvel, em Pernambués.
Para que pudesse realizar a mudança, a Defesa Civil de Salvador (Codesal), que fez a vistoria e condenou a casa em que Bárbara morava, orientou para que ela pudesse deixar o local e solicitar o auxílio-moradia no Cadastro Único. Ela contou que disseram que receberia o benefício durante o período de 12 meses.
Durante conversa com a equipe de reportagem do BNews, Bárbara contou que passou a ser beneficiária do auxílio-moradia e estava recebendo o valor de R$ 300, que utilizava para ajudar no aluguel da nova residência que estava morando, juntamente com seu marido e filho de dois anos.
“Estava recebendo essas parcelas normalmente, mas, quando chegou agora neste mês de novembro, quando fui sacar o dinheiro, não estava na conta. Eu fui lá no Comércio para saber o que tinha acontecido e disseram que a Codesal tinha feito o bloqueio do benefício. Liguei e disseram que não teria uma data para retomarem o pagamento. Além disso, disseram que não estão realizando vistoria”, contou.
Sem o pagamento do benefício, Bárbara vive a incerteza de não saber como vai fazer para pagar o aluguel do imóvel em que reside atualmente. Para piorar a situação, ela também não tem como retornar para a casa em que estava, porque foi informada que não teriam como realizar a vistoria.
Não temos outro lugar para morar. Até hoje não fizeram a demolição do muro e nem da antiga casa, porque corre risco de cair e atingir pessoas embaixo, tem quatro casas embaixo da minha. Ontem mesmo aconteceu a situação [em Saramandaia], que morreu o menino. Eu era vizinha praticamente dele, era muito próximo da minha casa. Não tem ninguém que olhe pela gente […] Não deram explicação, não chegou sequer uma mensagem para avisar que haveria uma suspensão do benefício. Não chegou absolutamente nada”, completou Bárbara.
Posicionamento
A equipe buscou a Defesa Civil de Salvador (Codesal), com a finalidade de obter maiores esclarescimentos acerca da suspensão do auxílio-moradia que foi relatada pela ex-moradora da Saramandaia. No entanto, o órgão informou que concessão ou suspensão de benefício cabe à Secretaria de Promoção Social (Sempre).
Em contato com a reportagem, a pasta municipal informou que o benefício do auxílio é disponibilizado conforme intervenção apontada no laudo de vistoria da Defesa Civil de Salvador (Codesal), que indica a situação de risco do imóvel.
“Caso o pagamento seja suspenso, e beneficiário entenda que ainda não há condições de retornar para a moradia em função do risco, deve solicitar nova vistoria à CODESAL, através do número 199, para que nova análise seja realizada para atestar a necessidade de manutenção do benefício”, disse a Sempre em nota.
Por fim, a secretaria também solicitou à reportagem o contato da moradora que estaria com o benefício suspenso, para que pudesse entender melhor a situação, além de verificar as dúvidas e prestar maiores orientações.