Para muitas mulheres, a menstruação funciona como uma espécie de teste de gravidez negativo mensal, entretanto, com a contadora Indy Alves, de 34 anos, esse teste “falhou”. A “menstruação regular”, mesmo no terceiro mês de gestação, fez com que Indy levasse um tempo até descobrir que estava à espera do seu primeiro filho.
“Eu menstruei até três meses e só descobri que estava grávida porque eu comecei a engordar e várias pessoas na faculdade começaram a pontuar, dizendo que meu peito estava maior, e me bateu a curiosidade para fazer o teste”, relatou a contadora sobre os motivos que lhe fizeram a fazer um exame para saber se estava, de fato, grávida.
Indy conta que, na época, além de fazer uso de anticoncepcional, mantinha um ciclo menstrual regular. “Estava tudo normal, eu estava tomando o anticoncepcional, menstruando normal. Eu só vim realmente descobrir que eu estava grávida por conta dessas pessoas que me sinalizaram, porque se não, eu não sei como é que eu ia descobrir”, afirmou.
Certa de que não estava grávida, já que vinha “menstruando” normalmente, Indy chegou a fazer uso de bebida alcoólica durante a gestação. “Eu bebia normalmente, e todas essas coisas que a gente não pode fazer quando está grávida, eu estava fazendo tudo porque não sabia. E aí eu pensei: meu Deus do céu, que perigo”.
Às 16 semanas de gravidez, depois de fazer o exame beta HCG, por meio do qual uma coleta de sangue é capaz de apontar se a mulher está ou não gestante, Indy recebeu a notícia de que estava esperando por Pietro, que hoje tem 7 anos.
“Fiquei preocupada se isso poderia causar algum dano para Pi, mas a médica falou que não. Graças a Deus ele nasceu saudável e não teve nenhum problema em relação a isso”, relembrou.
Em entrevista ao BNews, a ginecologista obstetra Valentina Cotrim explica que a menstruação, na verdade, representa a falta de gravidez, por isso, casos como o de Indy podem ser considerados como sangramentos durante o período gestacional.
“Começa a primeira menstruação, a mulher ovula pela primeira vez adolescente. Não tem relação, ainda não iniciou a vida sexual, e aí começam as menstruações”, informou a médica.
“Toda vez que a mulher engravida, o mais comum, e o que é esperado, é que não aconteça nenhum sangramento. No entanto, é comum que as mulheres, no começo da gravidez, tenham sangramentos, e que isso não leve ao abortamento”, contextualizou.
Sangramentos podem representar riscos?
De acordo com a especialista, sangramentos ocorridos até o terceiro mês de gestação não costumam representar riscos ao bebê e à mãe, contudo, é necessário ter atenção a esses episódios.
“É possível acontecer o sangramento no primeiro trimestre de gravidez e isso não levar ao abortamento. Mas, de qualquer forma, isso não se encaixa como menstruação. A gente tem sangramento no primeiro trimestre, no segundo e no terceiro trimestre, ao longo da gravidez, e as causas variam de acordo com cada época da gravidez”, pontuou.
O que são esses sangramentos ?
A médica informou, também, o que são os sangramentos durante a gravidez e quais suas possíveis causas. “Logo no comecinho quando sangra, pode ser normal, porque pode se dever à implantação, porque o embrião tem que se fixar no útero, então ele tem que criar uma rede vascular entre o embrião e o útero, é como se fosse uma plantinha criando raízes, e essa formação desse tecido vascular pode sangrar”, definiu.
Segundo Valentina, a mulher pode ter sangramentos durante a gravidez que por questões fisiológicas, da implantação, ou por alguma doença da placenta.
“Quando a mulher chega pra gente no hospital, ou na clínica, grávida, e ela tem um sangramento, a gente chama de ameaça de aborto. Mas, normalmente, no primeiro trimestre, isso acontece, e a gravidez evolui sem nenhuma repercussão”, emendou.
Ainda de acordo com a ginecologista obstetra, em casos de sangramento, a grávida é orientada a passar por uma avaliação médica. “Deve procurar um atendimento médico porque é um sinal de alerta”, finalizou.
BNews