Para quem busca ter uma vida mais saudável, um dos principais cuidados é com a alimentação. A expressão “você é o que come” está se revelando cada vez mais precisa para quem se preocupa em garantir uma boa qualidade de vida. No entanto, é necessário entender que não só o que se come é importante, mas também quando se come.
De acordo com um estudo feito pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona, aqueles que comem rotineiramente depois das 21h podem ter consequências sérias na saúde. Quem não deixa, ao menos, um intervalo de duas horas entre comer e dormir têm 25% mais chances de ter câncer. Os resultados da investigação foram publicados no International Journal of Cancer.
Os especialistas descobriram que isso ocorre porque o metabolismo começa a desacelerar à noite – mas comer o fará acelerar novamente, o que causa um impacto no relógio interno do corpo, conhecido como seu ritmo circadiano, aumentando as chances de desenvolver câncer de próstata e mama.
Por outro lado, as descobertas sugerem que consumir a última refeição antes das 21h ou deixar pelo menos um intervalo de duas horas entre o jantar e a hora de dormir pode reduzir o risco de cada câncer em 20%.
Como foi feito o estudo?
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a dieta e o estilo de vida de 621 pacientes com câncer de próstata, 1.205 pessoas com câncer de mama e 2.193 pessoas que não tinham câncer.
Foram excluídos casos de pessoas que fazem trabalho noturno, que, de acordo com análises anteriores, já estão naturalmente ligadas ao maior risco de desenvolver uma das doenças.
Então, os pesquisadores observaram que indivíduos que jantavam antes das 21 horas ou pelo menos duas horas antes de dormir tinham um risco 26 vezes menor de desenvolver câncer de próstata e um risco 16% menor para o câncer de mama, em comparação com aqueles que comiam depois das 22h ou dormiam logo após a refeição.
“Tudo parece indicar que o horário do sono afeta nossa capacidade de metabolizar os alimentos”, disse uma das autoras do estudo, Dora Romaguera. Ela disso, no entanto, que mais pesquisas são necessárias.