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Quem acessar a famosa página inicial do buscador Google, uma das mais acessadas do Brasil e do mundo, notará algo diferente. Um link com críticas ao PL 2630 — projeto de lei que regula a internet no Brasil conhecido como PL das fake news, que deve ser votado nesta terça-feira, 2 de maio —, foi adicionado à página de busca do Google no Brasil.

Isso chamou a atenção de muitos usuários, afinal, como afirma o site de dados Statista, 97% dos brasileiros usam o Google para buscas na internet.

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O Google vem agindo ativamente contra o PL das fake news, se mostrando descontente com a possível regulamentação em postagens de seu blog. A Folha de S. Paulo diz ter obtido acesso a e-mails, prints e relatos que mostram a ação do gigante das buscas contra o PL.

De acordo com o NetLab, plataforma da UFRJ, o Google está privilegiando links de conteúdo de oposição ao PL nos resultados das buscas sobre o projeto de lei, além de anúncios do próprio Google criticando a nova legislação.

No entanto, a empresa recusou que esteja privilegiando links contra o PL em seu buscador e afirmou que seus sistemas de ranqueamento se aplicam para todas as páginas da web, incluindo aqueles que administram.

Os links de oposição ao PL aparecem nos primeiros resultados das buscas pelo termo “PL 2630”, em consultas realizadas de forma anônima, sugerindo um usuário genérico brasileiro sem histórico, entre os dias 23 e 28 de abril, segundo a Folha.

O relator do PL 2630, deputado Orlando Silva (PC do B-SP), critica as plataformas e diz que “as artimanhas que essas grandes tecnologias utilizam para combater esse projeto torna evidente a necessidade de regulação dessas empresas”.

Segundo Marie Santini, coordenadora do NetLab, a ação do Google “pode configurar abuso de poder econômico às vésperas da votação” para tentar impactar a opinião pública e os votos dos parlamentares. O Google afirmou que as “alegações não correspondem à realidade”.

No sábado, 29 de abril, o Google havia insinuado suspender seus programas de financiamento ao jornalismo caso o PL fosse aprovado, em post no blogue.

MPF questiona o Google

  • O MPF cobrou esclarecimentos do Google sobre campanha contra a aprovação do PL 2630.
  • O inquérito investiga a disseminação de desinformação nas redes sociais
  • O Google tem 10 dias para fornecer as seguintes informações:
    • Detalhes sobre links privilegiados contrários ao projeto de lei em buscas, incluindo sites conhecidos por propagar notícias falsas;
    • Anúncios realizados, investimento e usuários impactados no Facebook e Instagram, controlados pela Meta;
    • Critérios usados ​​para escolher links destacados em buscas pelo PL 2630 no Google e Youtube, informando quais foram impulsionados e considerados fontes atraídas;
    • Motivos para enviar alerta contra o projeto de lei a criadores de conteúdo do Youtube Studio, apresentando documentos internos de decisão.

E-mails do Google para YouTubers

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Imagem: Reprodução/Folha de S. Paulo
  • Desde sexta-feira, 28 de abril, YouTubers receberam e-mails do YouTube alertando que podem perder dinheiro caso o PL das fake news seja aprovado.
  • O influenciador digital Felipe Neto respondeu a um desses e-mails.
  • Em sua resposta, Felipe Neto chamou o posicionamento do YouTube de “vergonhoso”.
  • Segundo o influenciador, a ameaça de perda financeira é uma mentira e foi feita de maneira intencional.

Com informações da Folha de S. Paulo.