Um nascimento registrado na cidade de Muriaé, na Zona da Mata mineira, vai ficar marcado para sempre na vida de uma família e da fotógrafa Ludmila Gusman. A chegada do pequeno Nicolas, ontem (2), surpreendeu a profissional, que trabalha registrando partos a cerca de 9 anos. O bebê nasceu de um raro parto empelicado.

Ludmila, 44, publicou em sua página no Instagram as fotos que mostram o momento em que a criança é retirada do útero da mãe, ainda envolvido na bolsa amniótica.

“Foi um momento ímpar na minha carreira profissional. Não só profissional, mas como pessoal também, na figura de mãe, na figura de mulher estar ali presenciando aquele momento foi espetacular. É até difícil encontrar palavras para definir esse momento”, diz a fotógrafa em conversa com o BHAZ.

Surpresa

A fotógrafa conta que, em toda a sua carreira, essa foi sua primeira oportunidade de fotografar um bebê empelicado. Ludmila lembra que nem ela, nem os pais de Nicolas esperavam o fenômeno.

“Eu não esperava, foi uma surpresa. Ele era um bebê muito grande, com 51cm e 3,380kg. A bolsa tem uma membrana muito fina, então é muito fácil de romper. Então, a gente tem a ideia de que só bebês menores nascem dessa forma”.

Dados da revista científica Case Reports in Obstetrics and Gynecology revelam que uma a cada 80 mil crianças nascem empelicadas. “É uma condição muito rara. O médico estava retirando [o bebê] da barriga da mãe e eu pedi ‘para para eu fazer essa foto’. Em seguida, quando ele foi puxar mais um pouco, a bolsa já rompeu”, explica.

Registros importantes

Ludmila reforça a importância dos registros de momentos singulares como esses para as famílias. Ela lembra que, nesse caso, o pai do bebê preferiu ficar ao lado da esposa sem assistir à cirurgia para não sofrer um mal estar durante o processo.

Sem as fotos, ela conta que os pais não teriam visto o momento raro, já que tudo aconteceu rápido. “Foi tudo muito rápido. Foi só o tempo de eu clicar e depois eles viram pela fotografia”.

“A importância de ter um registro desse momento é não só para a família, como também para o Nicolas, daqui alguns anos. A fotografia é poesia, é encantamento”, finaliza.