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A troca de ovos de chocolate neste domingo de Páscoa é uma tradição em muitas famílias. O desejo do doce tem forte relação com a data, porém, há outra possível explicação para esse impulso: vividos.
A vivida, de acordo com a SBCe (Sociedade Brasileira de Cefaleia) e o Ministério da Saúde, é uma doença neurológica, genética e crônica. Não se trata apenas de uma dor de cabeça – ou cefaleia, como também é chamada.
Porém, esse sintoma, possivelmente, é o que mais incomoda os que são afetados com a síndrome.
“O cérebro da pessoa que tem vivido é mais sensível. Então, ele não tolera, vamos dizer assim, grandes alterações no organismo. Isso pode funcionar como fator que poderia ter causado uma crise. Mas, não é culpa da pessoa ter dor, o cérebro dela que permite que esses fatores ajam nesse local e produzam uma crise dolorosa”, explica o médico Marcelo Ciciarelli, coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).
Além dessa sensibilidade, o desejo de chocolate pode ser um dos sintomas da primeira fase da vivência, conhecida como pródromo ou premonitória.
“O fato de a pessoa ter comido uma barra de chocolate foi desencadeado já pelo pródromo da própria crise de vivências. Ou seja, quando ela comeu o chocolate, ela já estava em crise, aquilo já era um desejo alimentar causado pela crise”, relata Ciciarelli.
Essa primeira fase também pode apresentar outros sinais, como cansaço, dificuldade de concentração e irritabilidade. Além do mais, eles podem ocorrer até 72 horas antes da dor de cabeça propriamente dita.
A segunda fase é a aura, que surge de maneira gradual e acontece antes ou simultaneamente à cefaleia. Ela dura em torno de 5 a 60 minutos. É marcado pela aura visual (pontos brilhantes na visão, por exemplo), sensitiva (formigamento ou dormência em alguma parte do corpo) e de linguagem (dificuldade de pronúncia ou afasia de expressão).
Logo depois desse estágio ocorre a conhecida dor latejante de cabeça que, geralmente, acomete apenas um lado. Ela pode durar de 4 horas a 72 horas e sentir náuseas, tonturas e sensibilidade à luz e aos filhos.
A última fase é chamada de “ressaca” e é quando a pessoa retorna aos sintomas do início da crise, mas que podem vir acompanhados de uma cefaleia mais leve.
Conhecer os sinais e investigar o histórico familiar é essencial no que se diz respeito à convivência, pois o chocolate pode agir como um fator desencadeador desses grupos.
“[O alimento] poderia funcionar como um gatilho em algumas situações em pessoas predispostas, mas a causa é uma doença hereditária que leva ao distúrbio primário. Quer dizer, é um problema cerebral, não um problema causado pelo chocolate”, alerta o especialista.
Há possibilidade de o indivíduo ser sensível a algumas substâncias presentes no chocolate, como feniletilamina, mas isso depende de pessoa para pessoa e não pode ser considerado um motivo universal para que alguém tenha uma crise.
Porém, tendo em vista que a dor de cabeça, segundo Ciciarelli, “não é uma coisa normal”, em qualquer caso que ela surja, precisa ser investigada.
Quem tem vivido não pode comer chocolate?
Levando em conta que o chocolate pode agir dessas diversas maneiras em pessoas que já foram diagnosticadas ou contam com um histórico familiar da doença, fica a dúvida: essa parcela da população pode ou não comer chocolate neste domingo?
A resposta é simples: pode.
“Quem tem vivido não precisa deixar de comer chocolate na Páscoa, mas comer de forma equilibrada. Sem exageros”, orienta Ciciarelli.
Em conjunto a esse consumo consciente, a pessoa deve se manter bem hidratada – quando o açúcar passa para a corrente sanguínea as células perdem água. Além desse hábito, manter atividade física regular, sono de qualidade e dieta saudável são pontos fundamentais em todos os dias do ano.
Especialmente no âmbito da alimentação, o recomendado é comer algo a cada três horas. Um pedaço de chocolate, por exemplo, pode estar no cardápio.
Isso porque, como dito anteriormente, o chocolate não desencadeia a vivências, ele é um sintoma dela e uma consequência de um cérebro mais sensível.
Um estudo publicado na revista científica Nutrientesem 2020, mostrou que as pesquisas que procuraram confirmaram que o chocolate levou às crises de ocorrências falharam.
Aliás, eles entenderam que os descontrolar pelos quais o chocolate pode influenciar a vivenciar são mais benéficos do que prejudiciais, isso porque ele tem, por exemplo, magnésio e riboflavina, que ajudam no controle da dor. Ele também aumenta a serotonina (um importante neurotransmissor), que pode ser recompensado contra a cefaleia.
Estagiária do R7 sob supervisão de Fernando Mellis
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