A cobra mais rara da América do Norte foi vista, recentemente, após quatro anos sem registro dela. Além de raro, o encontro ainda foi mais surpreendente. O espécime foi achado morto enquanto se alimentava de uma centopeia gigante. A Tantilla oolitica estava com metade da centopeia na boca, que também estava morta.
Esta foi a primeira vez que os cientistas puderam observar como a cobra se alimenta. O registro foi compartilhado em março pelo Fish and Wildlife Research Institute (FWRI), que fica na Flórida, nos Estados Unidos, e no último domingo (4/9) foram divulgados os resultados de um estudo sobre o registro na revista Ecology.
“É extremamente raro encontrar espécimes que morreram enquanto comiam presas e, dada a raridade dessa espécie, eu nunca teria previsto encontrar algo assim. Todos nós estávamos totalmente pasmos”, disse Coleman Sheehy, coator do estudo.
De acordo com os cientistas, a primeira impressão foi que causa da morte da cobra poderia ter sido por asfixia, já que a centopeia era muito maior do que o espécime. No entanto, essa causa era improvável pois as cobras têm mandíbulas flexíveis que permitem que elas se alimentem de animais muito maiores do que elas.
Com a ajuda de uma tomografia computadorizada, os pesquisadores, então, conseguiram resolver o mistério. A cobra tinha uma ferida, que provavelmente foi provocada pelas pinças da centopeia, que têm veneno. Para além disso, os pesquisadores perceberam que a traqueia da cobra também foi pinçada, o que pode ter provocado asfixia.
A Tantilla oolitica é difícil de ser encontrada porque costuma viver entre rochas.