No Verão, o apelo por corpos bronzeados é muito comum, principalmente entre as mulheres. A busca pela cor ideal tem levado à procura de técnicas para acelerar o processo e ficar com a marquinha perfeita. Atualmente, a mais procurada é o bronzeamento com fita isolante. Dermatologistas e oncologistas destacam o risco deste tipo de procedimento.

A dermatologista Laryssa Faiçal, que integra a equipe da Assistência Multidisciplinar em Oncologia – Clínica AMO, alerta para os riscos dessa nova moda. “Com toda informação que temos atualmente sobre aumento exponencial de casos de câncer de pele no Brasil e no mundo e do incremento dos índices de radiação UV com as mudanças climáticas, é inadmissível o culto ao bronzeado colocando em risco a saúde e a própria beleza”, pontuou.

A dermatologista alerta que a longo prazo essas práticas levam ao fotoenvelhecimento da pele. “Basta olhar a barriga das nossas avós, que sempre se expuseram ao sol de maiô, e a comparar com os braços para ver os efeitos da exposição solar cumulativa”, exemplifica a médica.

O oncologista Iuri Santana pontua que uma análise combinada de 20 estudos, realizada pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e publicada em 2009, demonstra que o bronzeamento artificial em câmaras emissoras de raios ultravioleta aumenta, em até 75%, o risco de desenvolvimento de melanoma, inclusive majorando também o risco de melanoma ocular.

“Com base nesses dados a Organização Mundial de Saúde recomenda evitar o uso desses equipamentos. Seguindo os mesmos fundamentos, o bronzeamento artificial em máquinas é proibido desde 2009 por uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, destacou.

Apesar da lei proibindo, ainda são encontradas clínicas clandestinas com câmaras de bronzeamento artificial e, para driblar a dificuldade de encontrar esse recurso após a proibição, a criatividade brasileira criou o método de bronzeamento na laje com marquinhas desenhadas com fita isolante.

Riscos

Atualmente, há 831 produtos de bronzeamento registrados na Anvisa e, a cada cinco anos, eles têm de ter o registro renovado para comprovação da segurança e eficácia da formulação. “O bronzeamento artificial com fita utiliza misturas caseiras que podem literalmente fritar a pele. Indivíduos de pele mais clara podem ter queimaduras solares graves, e são exatamente essas queimaduras sucessivas que predispõem ao câncer de pele, danificando o DNA das células de maneira irreversível”, destaca a dermatologista Laryssa Faiçal, ao lembrar que as fitas usadas também podem acarretar dermatites de contato e irritativas na pele.

A médica orienta que o indicado é usar protetor solar com FPS, no mínimo. 30, pois ele possibilita o bronzeado suave sem queimar a pele. Laryssa Faiçal salienta que o ideal é evitar ao máximo a exposição solar direta, que comprovadamente causa danos cumulativos e irreversíveis na pele, só notados ao longo prazo. “O bronzeado de hoje é o envelhecimento de amanhã, faça a sua escolha”, conclui.

Informe Baiano