O presidente Jair Bolsonaro (PL) reeditou, neste sábado (3/9), uma fala polêmica em que relaciona o uso de armas de fogo por mulheres à Lei Maria da Penha. Durante evento voltado ao eleitorado conservador feminino, em Novo Hamburgo (RS), o chefe do Executivo lembrou de questionamento feito a eleitoras: “Você prefere sacar da bolsa a Lei Maria da Penha ou uma pistola?”.
A pergunta em questão, segundo Bolsonaro, foi feita a apoiadoras durante um ato de campanha. “Uma vez, na minha campanha, andando pelo Brasil, abordei umas senhoras em cima de um local como esse e perguntei o seguinte: ‘Vamos supor que você está sozinha à noite, em uma estrada, e, de repente, fura o pneu do seu carro. Você vai ter que se virar, trocar o pneu sozinha. De repente, você percebe que está chegando gente que pode lhe causar um problema. Você preferia sacar da bolsa uma pistola ou a Lei Maria da Penha?’”, explicou o presidente.
Em seguida, após a fala, Bolsonaro afirmou que “ninguém aqui é contra a Lei Maria da Penha”. “Tem caído e muito a violência no Brasil, as mortes violentas. Depois que nós chegamos ao governo, e sei que muitas mulheres aqui são contrárias, mas é direito de vocês, legalmente, [portarem uma] arma. É uma garantia que você, junto com sua família, não sofra violência dentro de casa”, emendou.
Sobre o mesmo assunto, o mandatário do país mirou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem rivaliza nas pesquisas de intenção de voto para presidente. “Ele diz que vai transformar os clubes de tiro em biblioteca”, defendeu.
Ainda mirando Lula, o presidente disse que os governos petistas “diziam que iam dar tudo para o povo”. “Um cara que deu a vida toda pão com mortadela pros seus eleitores e, agora, quer que o povo acredite que, se ele chegar à Presidência, vai dar picanha”, afirmou.
Estratégia de campanha
As falas de Bolsonaro ocorreram durante participação do presidente e candidato à reeleição em evento voltado para mulheres conservadoras e organizado pela bancada feminina do PL gaúcho.
Uma das organizadoras do ato, intitulado “Mulheres pela vida e pela família”, é a esposa do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), Denise Lorenzoni. O ex-deputado federal também espera que a presença do presidente no ato possa projetá-lo nas pesquisas de intenção de voto para o governo do estado.
Além do casal, Bolsonaro esteve acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), que mira uma vaga no Senado pelo Distrito Federal.
A ida do presidente ao evento é uma estratégia da campanha do bolsonarista para demover a rejeição do presidente junto às eleitoras mulheres.