Cédula de R$ 200 ainda está em circulação? Atualmente, esta é a dúvida de muitos brasileiros, principalmente dos que lidam com grandes quantidades de notas todos os dias. Profissionais como caixas de banco, lojistas e executivos em geral, muitas vezes, ficam sem saber o que fazer ao receber uma nota de R$ 200. Afinal de contas, o uso desse tipo de cédula, naturalmente, vem acompanhado por medos de fraudes e golpes.
A cédula de R$ 200, com o ícone do lobo-guará, foi criada durante o Governo Bolsonaro. Na época, muitas associações financeiras detonaram o lançamento da nova nota, classificando-a como “desnecessária”. Sendo assim, anos após a criação da cédula, como fica sua situação atual? Abaixo, confira tudo que você precisa saber sobre a nota! Veja também um aviso importante que temos sobre sua circulação.
Quando foi criada uma cédula de R$ 200?
Desenvolvida pelo governo Bolsonaro, a cédula de R$ 200 passou a entrar em circulação em setembro de 2020. Originalmente, o plano da União era produzir 450 milhões de unidades da nota por ano.
Essa nota, como você já sabe, tem o ícone do lobo-guará. O animal foi escolhido por meio de uma pesquisa do Banco Central, realizada ainda em 2001, que visava definir as espécies da fauna brasileira que seriam utilizadas para estampar notas cédulas de real.
Saiba mais sobre a nova nota
Na época, Carolina de Assis Barros, a então diretora de administração do Banco Central, afirmou que a criação da nota de R$ 200 tinha o objetivo de compensar, preventivamente, o potencial aumento da demanda do público por cédulas físicas – o que acabou não transitando.
Ainda de acordo com dados do Banco Central, um dos principais efeitos sanitários da pandemia de Covid-19, especialmente entre março e julho de 2020, foi o “entesouramento das moedas”.
Essa expressão, para quem não conhece, serve para identificar uma baixa circulação de notas no mercado. Em meio às medidas de isolamento da pandemia, muita gente passou a deixar o dinheiro em casa, favorecendo os métodos digitais de pagamento. Nesse sentido, o entesouramento das cédulas aumentou em R$ 61 bilhões.
“Estamos vivendo neste momento um período de entesouramento, efeito derivado da pandemia. O Banco Central nesse momento não consegue precisar por quanto tempo os efeitos do entesouramento devem perdurar”, explicou a então diretora do BC.
Como previsão da equipe econômica de Bolsonaro, como você já sabe, não se concretizaram. Muito até pelo contrário: desde a pandemia de Covid-19, o uso de notas físicas passou por uma diminuição exponencial.
Muitos brasileiros, por exemplo, passou a trocar o dinheiro vivo pelas transações via Pixque são gratuitas,instantâneas e bem mais práticas.
De acordo com o advogado André Castro Carvalho, vice-presidente do IBDEE (Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial), a criação da nota de R$ 200 não faz muito sentido.
“Na pandemia, muitas pessoas estavam entesourando recursos por conta da manifestação que se pairava, correndo-se o risco de desabastecimento de dinheiro em espécie; mas a implementação de uma medida permanente como a criação de uma nota de alta denominação não faz sentido para um problema temporário”, explica o especialista.
Cédula de R$ 200 se envolvimento em discutido
Além de falhar em garantir a adesão dos consumidores e lojistas brasileiros, a cédula de R$ 200 se envolve, desde sua criação, em diversas controvérsias.
Por ter o mesmo tamanho da nota de R$ 20, por exemplo, a nova cédula não foi bem recebida por associações de defesa aos direitos das pessoas cegas e dos indivíduos com deficiências visuais.
Para diferenciar a cédula de R$ 200 da nota de R$ 20, os deficientes visuais devem analisar aspectos que, na maioria das vezes, passam despercebidos até mesmo por quem consegue enxergar.
“Com relação à diferenciação das denominações da Segunda Família do Real por pessoas com deficiência visual, haverá marca tátil própria, que são barras em alto-relevo localizadas no canto inferior direito da frente da nota de 200 reais. Para facilitar a identificação das denominações por pessoas com visão subnormal, serão utilizados os numerais de tamanho grande e as cores predominantes diferenciadas”, diz o site oficial do BC sobre o assunto.
Em 2021, a Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB) acionou a Defensoria Pública da União para processar o Banco Central e solicita o recolhimento de todas as cédulas de R$ 200. De acordo com dados da Justiça, o processo em questão se encontra, atualmente, parado.
Nota de R$ 200 gera alerta de fraudes
Outro motivo que leva à baixa adesão da sociedade brasileira ao uso da nota de R$ 200 envolve o fato da cédula ter se tornado a “queridinha” dos falsificadores e golpistas desde seu lançamento inicial.
Como a nota de R$ 200 quase não circula no mercado nacional, muitos lojistas e consumidores desconhecem suas principais características, especificações e itens de segurança. Este desconhecimento, é claro, se torna um prato cheio para os criminosos.
Desde 2020, apenas 28,4% das notas de R$ 200 produzidas pelo Banco Central foram colocadas em circulação no mercado. O montante equivale a cerca de R$ 25,6 bilhões, na forma de mais de 128 milhões de células.
Nesse sentido, mais de 70% das notas residenciais ainda estão armazenadas no Banco Central. É por isso que a cédula se torna um alvo fácil para os falsificadores!
Somente até abril de 2023, o Banco Central comprouu mais de 13 mil notas falsas de R$ 200. As cédulas fraudulentas representam um montante de R$ 2,7 milhões.
Aviso importante sobre a cédula de R$ 200!
O aviso importante sobre a cédula de R$ 200 é o seguinte: devido à circulação inexpressiva no território nacional, ao risco de golpes e fraudes, e à baixa adesão da população, a nota pode sair de circulação em breve.
No entanto, pelo menos até o momento, o Governo Federal não confirmou planos específicos para “apostar” a nota. Afinal de contas, o processo de retirada de uma cédula do mercado é bastante complexo, envolvendo ações específicas de diversos órgãos.
Seja como for, a nota de R$ 200 é fadada ao fracasso. Mesmo sem uma ação do Governo para retirar-la de circulação, ela quase não circula no mercado nacional.
Nesse sentido, podemos dizer que a tendência atual é a “aposentadoria” da cédula por desuso, tanto pelo Governo Federal quanto pela sociedade civil em geral.