Ocorpo de um idoso, de 92 anos, que morreu na segunda-feira (15) por insuficiente respiratória, permaneceu por 24 horas dentro de casa, enquanto a família aguardava o atestado de óbito e a remoção.
O caso aconteceu na Rua 28 de Abril, no bairro de Pernambués, em Salvador. De acordo com o filho da vítima, o soldador Moisés Costa, de 46 anos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local pela manhã, logo após o óbito, com dois enfermeiros, que não puderam atestar o óbito, já que o documento só pode ser assinado por um médico.
“Durante esse tempo o corpo do meu pai teve que ficar trancado dentro de um quarto e tivemos que dormir na mesma residência. Passaram para a gente que a cidade está com alta demanda de remoção de corpos e que, por isso, naquele momento, não tinha como tirar a certidão [de óbito]”, disse o soldador.
Ainda de acordo com o filho da vítima, o atestado de óbito foi emitido por médicos do Samu, por volta das 23h da segunda-feira (15), mas o corpo continuou em casa esperando uma equipe do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) para fazer a remoção até a sede, localizada nos Barris.
Procurada pelo BNews, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informu que o serviço de atestado de óbito de indivíduos que tenham causa de morte natural e dentro de domicílios é de responsabilidade do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), não vinculado à Prefeitura Municipal de Salvador.
“A gestão municipal, diante da situação de pandemia do coronavírus, criou uma estrutura temporária através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para auxiliar a atestar os óbitos nessa modalidade em Salvador. Disponibilizamos um médico e um técnico de laboratório para ir às residências porque entendemos o risco de contaminação da doença [Covid-19). De forma complementar, o Samu atende as ocorrências, que nesse momento, apresentam um grande volume de demanda”, disse a SMS.
O site também procurou a assessoria da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para solicitar o contato do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), mas a Sesab informou que o serviço está “em finalização e será inaugurado em agosto desse ano”.
O Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia (DPT) também explicou à equipe de reportagem que a remoção do corpo só pode ser feita pelo órgão em casos de mortes violentas, com a solicitação de uma delegacia, não para casos de mortes por causas naturais.