Alunas do Colégio Militar de Salvador (CMS) têm sido expostas em sites de conteúdo pornográfico através de imagens criadas por meio de inteligência artificial. Ao todo, estima-se que pelo menos 17 meninas teriam sido vítimas do crime, que ainda contou com ameaças e injúrias.

Relatos divulgados pelos pais das vítimas apontam que montagem com os rostos das jovens eram feitas, mas com o corpo de outros mulheres. As imagens, então, eram divulgadas e comercializadas em sites pornográficos. Informações preliminares indicam que algumas fotos, inclusive, chegaram a ser vendidas por R$ 50.

Segundo informações obtidas pela equipe de reportagem do BNews, as vítimas seriam estudantes do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II, além também de alunas do 1º ano do Ensino Médio. A divulgação teria partido de alunos do 9º ano.

Prints obtidos por responsáveis das vítimas dão dimensão do crime, que além do comércio e exposição das fotos falsas com nudez das alunas, ainda incluíam uma série de ameaças, como afirmações que elas deveriam ser ‘estupradas’ e também uma espécie de organização para um estupro coletivo. 

O CMS foi procurado na última sexta-feira (20) pelos pais das alunas, sendo informado sobre a situação que estaria ocorrendo. Em nota, a instituição alegou que apura os fatos por meio de processo administrativo. No domingo (22), um comunicado garantia que todo apoio necessário tem sido prestado.

No dia seguinte, segunda-feira (23), o colégio divulgou uma nova nota e afirmou que “com a finalidade de proporcionar as melhores condições para apuração dos fatos de forma célere e eficiente, serão realizadas, em caráter temporário, modificações na distribuição dos alunos nas turmas das salas”.

Até o presente momento, não houve nenhuma informação referente a afastamento dos estudantes acusados de terem divulgado as fotos montagem.

Em nota enviada ao Bnews, o CMS afirmou que “todos os alunos e familiares que procuraram o Colégio Militar de Salvador em busca de apoio estão sendo
prontamente atendidos e assistidos. Desde que tomou conhecimento da situação, o Colégio Militar de Salvador tem prestado todo o apoio necessário por meio da Divisão de Ensino e da Seção Psicopedagógica, e continuará à disposição de alunos e familiares para qualquer assistência adicional”.

O Colégio Militar disse ainda que “não coaduna com qualquer atitude dessa natureza e busca sempre conscientizar seus alunos acerca do uso correto das tecnologias, possuindo um programa de educação digital que orienta todos os seus integrantes sobre o assunto em tela”.

O BNews entrou em contato com o Ministério Público (MP-BA) a fim de também obter uma posição quanto ao ocorrido, mas, até o momento, ainda não obteve nenhum retorno.