O governo deve liberar em breve o saque de parte do saldo das contas ativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Embora o dinheiro extra possa representar um alívio para muitos brasileiros, empresas do ramo de construção civil veem com preocupação a medida. O setor teme que falte dinheiro para tocar obras do Minha Casa, Minha Vida, uma vez que os financiamentos para a compra e a construção de moradias do programa usam recursos do fundo. Segundo afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, até 35% do valor depositado pelo empregador atual poderá ser retirado das contas.
Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, afirmou que a liberação do saque do FGTS seria um duro golpe no setor. “O Minha Casa Minha Vida tem sido o motor do mercado nos últimos anos”, disse. Opinião semelhante foi compartilhada pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). “Um saque na ordem de R$ 42 bilhões, como foi falado, vai mexer com a liquidez do fundo. Todos os empresários do setor estão inseguros”, afirmou o vice-presidente de habitação da entidade, Ronaldo Cury. Um desses empresários é Rafael Menin, copresidente da construtora MRV, Direcional e Tenda. Por outro lado, os especialistas entendem que isso poderia aumentar a confiança dos empresários no setor de varejo e desencadear mais aberturas de lojas.