A gordura no fígado ou esteatose hepática é uma doença que pode ter uma relação com o excesso de bebidas alcoólicas. No entanto, ela pode afetar quem consome pouco ou nada de álcool porque também está associada a exageros no consumo de açúcar e carboidratos.
Assim, sobrepeso, obesidade, resistência à insulina, níveis altos de açúcar no sangue (hiperglicemia, indicando pré-diabetes ou diabetes do tipo 2) e níveis elevados de gorduras no sangue, especialmente triglicerídeos, têm uma ligação com a condição.
Aliás, aparentemente a combinação desses problemas promove o depósito de gordura no fígado. Uma questão grave disso tudo é que a principal complicação da esteatose hepática é o desenvolvimento de um quadro de cirrose.
Embora não costume causar muitos sintomas, existem certos sinais de gordura no fígado que devem nos fazer ligar o sinal de alerta. Por exemplo:
1. Icterícia (amarelão).
É um amarelamento na pele e no branco dos olhos, fruto de um problema de funcionamento no fígado, relacionado à produção de bilirrubina. A saber, a bilirrubina é um pigmento amarelo-esverdeado, que é liberado durante o processo de destruição de hemácias velhas.
O órgão responsável por metabolizar substâncias no organismo é o fígado. Portanto, é para lá que a bilirrubina vai. A icterícia ocorre quando há uma produção excessiva de bilirrubina ou quando há uma deficiência na sua eliminação.
2. Cansaço.
Sentir mais cansaço que o normal é outro sinal de alerta, pois a fadiga e o cansaço extremo têm relação com algum problema no funcionamento do fígado.
O fígado é um órgão muito importante do organismo, associado a questões imunológicas e metabólicas. Assim, quando ele está sobrecarregado e não funciona direito, o corpo inteiro sente e a pessoa fica mais cansada.
3. Mudança na cor das fezes e urina.
Geralmente, quem tem algum problema no fígado fica com uma urina mais escura que o normal, no que se chama de coloração de Coca-Cola. Além disso, as fezes ficam mais claras, às vezes amareladas ou esbranquiçadas.
4. Aumento do tamanho da região do abdômen.
Existem dois possíveis motivos para isso. Em primeiro lugar, a obesidade, que costuma ter relação com a gordura no fígado e com outros problemas como síndrome metabólica, resistência à insulina e acúmulo de gorduras na região abdominal.
A segunda possibilidade é que em casos mais graves, o tamanho do abdômen aumenta muito rápido, distende bastante em questão de dias, por conta da ascite. A saber, a ascite é um inchaço abdominal, que também pode ser sintoma de uma cirrose avançada.
5. De olho na alimentação.
Este não é exatamente um sintoma, mas sim um exercício de autocrítica sobre a dieta. Pense: como anda a sua alimentação?
Isso porque quem tem problemas no fígado normalmente tem uma dieta muita rica em carboidratos simples, açúcar, alimentos industrializados, gorduras ruins e bebidas alcoólicas. Esse é o seu caso? Então, vale a pena ligar o sinal de alerta.
Tenho algum desses sintomas, e agora?
Antes de chegar a qualquer conclusão, você precisa marcar uma consulta médica, em que poderá contar sobre seus sintomas ao profissional de saúde. A partir disso, ele poderá pedir exames para fechar o seu diagnóstico e dar início ao tratamento, caso seja necessário.
Sem sintomas?
Muitas pessoas têm problemas no fígado, mas não apresentam nenhum tipo de sinal. Em alguns casos, é só em um exame de rotina que se descobre o problema, quando já está a ponto de desenvolver uma cirrose, fruto de uma gordura no fígado não diagnosticada e não tratada.
Daí a importância de cuidar bem da saúde, mesmo que não apresente sintoma algum de problemas no fígado.
Assim, além de procurar ter uma alimentação saudável e não abusar das bebidas alcoólicas, tenha consultas médicas frequentes e faça todos os exames de rotina que o médico indicar, mesmo que ache que está tudo bem.